TPC’s: Mais do que a favor ou contra, uma questão de Método.

É acesa a discussão que divide pais, educadores e professores sobre se as crianças devem ou não ter de realizar trabalho extra fora do horário dito letivo. Os chamados TPC’s são para alguns educadores e, respetivamente, algumas crianças, um bicho papão que torna o pós-escola um momento de aflição. No entanto, outros educadores defendem os trabalhos de casa como uma tarefa com potencial para a contínua aquisição de conhecimento, complemento ao trabalho realizado em aula e até como a oportunidade de promover tempo de qualidade em família, caso as tarefas sejam realizadas em conjunto com ajuda do público de casa.

Mais do que tomarmos uma posição na equipa a favor ou contra os TPC’s, consideremos que o mais importante é dar a conhecer às nossas crianças e jovens os métodos e técnicas de estudo que poderão ser uma ajuda preciosa na organização de tempo e de tarefas diárias.

Atualmente, as nossas crianças e jovens, tornam-se independentes cedo. Na escola, ouvem falar de responsabilidade a autonomia, discutem a questão do empreendedorismo desde muito cedo e, em casa, têm na maior parte das vezes, exemplos de empreendedores de tempo e de espaço, dado o horário laboral de muitos pais e mães, avós e até irmãos mais velhos. Cada vez mais, as crianças necessitam de equilibrar as suas tarefas escolares, extra-escolares e até domésticas. Assim, torna-se fundamental organizar as tarefas pela sua prioridade, sendo que esta prioridade pode refletir-se, por exemplo, na criação de um horário de estudo semanal ou mesmo diário ou num mapa de tarefas. Depois de elaborar a hierarquia das tarefas, é imprescindível avaliar e utilizar o método mais adequado a cada um e a cada tarefa. De entre elaborar apontamentos, resumos, esquemas e pesquisas, as opções são vastas e devem ser equacionadas consoante cada tarefa.

Importa, por fim, reforçar que mais do que tomar uma posição generalizada sobre a escola e sobre os seus métodos, os pais e educadores devem tornar-se um aliado na aprendizagem de cada criança e jovem. Só desta forma, se poderá promover o gosto e a motivação pela aprendizagem e pela própria escola, não a tornando também ela num bicho papão.